O SABER PROFÉTICO SE MULTIPLICARÁ
José Carlos Jacintho de Campos - 1/5/2019
Já passava das dezoito horas daquela
sexta-feira, a penúltima de um abril bastante conturbado pelos acontecimentos
perturbadores provocados pelas instabilidades climáticas que se abateram sobre
a cidade em que habito e revelou que ela não está preparada para acontecimentos
como estes, frutos das muitas mazelas daqueles que a governaram ao longo dos
anos.
Isso me remeteu à lamentável situação dos
homens pelo descaso que têm acerca de Deus. Quando menos esperam serão afligidos
por repentina e avassaladora destruição que os deixarão estupefatos. Aí será
tarde, “de nenhum modo escaparão” diz
o texto sagrado (1 Tessalonicenses 5:1-3).
Sentia-me cansado, fora um dia trabalhoso. Nestes
tempos modernos a velocidade da tecnologia, principalmente a da informação, não
permite aos que creem em Deus ficarem parados a ver as coisas passarem diante
dos olhos sem se inteirarem do assunto, pois a pergunta virá: “O que diz a
Bíblia a esse respeito?”. Muitas das vezes assim o fazem os incrédulos e,
principalmente os ateus, de forma jocosa, para que através da irritação
percamos a mansidão por termos sido pegos desprevenidos em responder.
Nunca é demais lembrar a exortação de Pedro
de que devemos, sempre, estar preparados para responder a todo aquele que nos
pedir razão da nossa esperança, que há em todos que de fato são filhos de Deus
(1 Pedro 3:15). Lembre-se, os questionamentos sempre virão!
Como era chegado o tempo de preparação das
minhas crônicas, ao final daquele dia recostei-me na poltrona e pus-me a
pensar. O que seria mais oportuno expor aos leitores diante da avalanche de informações
inusitadas que têm surgido nos dias atuais? Detive-me somente nestes inícios de
2019 e selecionei três delas:
A primeira, a meu ver a mais importante, foi a
de 8/1 com o anúncio da poderosa IBM do lançamento para uso comercial do
computador quântico, que até então era de uso restrito dado o seu custo e
tamanho (quase três metros de altura). De imediato você poderá se perguntar:
“Pra que me servirá esse imenso trambolhão se não posso carregá-lo?”. A questão
não está na portabilidade, mas no acesso, caro leitor.
Não devo me estender por falta de espaço, mas
para você ter uma ideia o que representa esse avanço tecnológico, olhe para um
exemplar robusto das Escrituras com mais de 1.200 páginas. Imagine-se colocando
um “xis” de modo aleatório em qualquer página do Livro Sagrado. Com a atual
tecnologia que usamos, um computador veloz levará mais de um minuto para
encontrar a página onde você colocou o sinal, todavia no computador quântico
não será necessário um segundo para que o “xis” seja encontrado, será
instantâneo dada a sua incrível capacidade e velocidade de processamento.
Considere, então, o uso mundial desse equipamento
em rede. A velocidade será espantosa e os seus efeitos serão múltiplos. Dentre
estes, o dinheiro em espécie que atualmente usamos estará extinto na próxima
década, será peça de museu ou de coleções numismáticas, tudo passará a ser
efetuado por meio eletrônico.
Sugiro a leitura da minha crônica de janeiro
do ano passado – “Com qual moeda?” – quando alertei dos desdobramentos que
haverá com o atual surgimento do “dinheiro digital” que por certo será um
instrumento a ser usado pelas “bestas” que virão e serão as gestoras da
economia mundial no período da Grande Tribulação (Apocalipse 13). Some-se a
isso a velocidade de processamento e verá que aquilo que escrevi na citada
crônica é palatável.
A segunda foi pela não menos poderosa chinesa
Huawei ao anunciar a sua quinta geração de tecnologia móvel (5G) que permitirá conexões
de comunicação celular muitíssimo mais rápidas que as atuais e poderão se
tornar eficientes ferramentas de espionagem de Estado. De tão veloz permitirá,
por exemplo, uma eficaz vigilância sobre as pessoas sem que elas estejam
apercebidas disso.
Creio que a esta altura você está a se
perguntar: “E eu com isso”? Esteja certo, tem tudo a ver, tendo em vista que já
se percebe que o cenário do grande “teatro apocalíptico” está a se completar e,
quando for retirado “Aquele” que os impede, serão revelados os dois “atores”
principais que farão a encenação do horrendo concerto final. Raciocine comigo,
caro leitor, o que significa o controle absoluto dessas duas tecnologias: a da informação
(conhecimento) e a da comunicação (transmissão e controle da informação). Quem
as tiver dominará o mundo.
Nunca é demasiado lembrar, com veemência, que
os filhos de Deus, os nascidos de novo conforme João 3:1-7, já não estarão aqui
nesta ocasião, terão sido arrebatados para o encontro com o Senhor conforme
asseverado por Paulo em 1 Tessalonicenses 4:13-18.
Mas ainda falta a terceira – A inteligência
artificial ou híbrida que serão simultâneas. Li um artigo bastante claro, que
transcrevo em parte, cuja autora expõe em sua tese o termo “inteligência
artificial” que geralmente desperta a curiosidade das pessoas. Livros e filmes
vêm sendo produzidos há décadas e nos fazem pensar como seria viver em uma
realidade em que máquinas feitas pelo homem seriam capazes de pensar e agir de
maneira autônoma, realizando os trabalhos mais difíceis e até mesmo tendo
emoções.
No entanto, apesar de ter surgido há algumas
décadas, a área da computação conhecida como “inteligência artificial”, que
busca criar seres artificiais inteligentes, contrariando as previsões que
acompanharam seus primórdios, não conseguiu criar um sistema dotado da
capacidade de inteligência da maneira como ela ocorre nos seres vivos, nem
tampouco a capacidade de ser autoconsciente.
O pesquisador Marvin Minsky, do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT) explica que os computadores podem fazer
cálculos complexos, no entanto, não conseguem realizar atividades simples que
uma criança de poucos anos consegue: “Computadores podem resolver equações diferenciais,
mas não conseguem entender uma simples historinha infantil. Podem vencer
pessoas no xadrez, mas não são capazes de encher um copo”.
A pergunta deixada pela autora, ainda permanecerá
sem resposta: “O cérebro humano contém cerca de cem bilhões de neurônios,
ligados por mais de dez mil conexões. Apesar do rápido avanço científico, muito
do funcionamento do cérebro continua um mistério. Será que o cérebro humano
será capaz um dia de decifrar seus próprios e intrigantes enigmas, e
reproduzi-los artificialmente?”.
Pessoalmente entendo que a “inteligência
artificial” sempre será limitada por ser, conforme definida, “artificial”!
Diante disso procura-se desenvolver a
tecnologia da “inteligência híbrida” que está a chegar para transformar a
ideologia da “inteligência artificial”. Esta ciência consiste em combinar
“inteligência humana” com máquinas de “inteligência artificial”. A meu ver
trata-se de uma ficção que se tornará inviável, pois nela há ausência da partícula de Deus
existente em cada ser humano, é intransferível, é dom de Deus. Transfere-se
conhecimento, mas o sopro de Deus jamais.
O professor americano de filosofia Hubert Dreyfus,
argumenta que a "consciência" não pode ser adquirida por sistemas
baseados em regras ou lógica. O “conhecimento das pessoas” consiste também
naquilo que elas “sabem sem saber que sabem” é aquilo que nunca foi aprendido,
como, por exemplo: “as pessoas se movem mais facilmente para frente do que para
trás” etc. Jamais uma máquina terá
a criatividade de fazer algo que não sabe. Mas este é um assunto vasto que não dá
para esgotá-lo aqui.
Esse imenso avanço científico está sendo interpretado
como um dos “sinais” da vinda do Senhor Jesus para buscar a Sua Igreja, que
estaria previsto em Daniel 12:4... “o
saber se multiplicará”. Este “saber” diz respeito ao “tempo do fim”, da volta
do Senhor para Israel a fim de estabelecer o Seu reino milenar. Não se deve
retirar um texto do seu contexto original para que não se perca o seu
verdadeiro significado. Aqui se refere ao crescimento do “saber profético” que
acontecerá “naqueles dias”.
J. N. Darby assim interpreta: “muitos correrão de um lado para o outro (ou de uma parte
para outra) e o conhecimento será aumentado”, isso com respeito à profecia
contida no livro de Daniel, nada a ver com o crescimento secular da ciência. Por sua vez S. P. Tregelles afirma que “muitos
examinarão o livro do começo ao fim”. Como diz W. MacDonald, “durante a
grande tribulação muitos estudarão a palavra profética (transcrita no livro), e
o saber a seu respeito se multiplicará”. Isto posto, fica bastante claro que não
haverá nenhum “sinal” acerca da vinda do Senhor aos que estão debaixo da
Sua Graça. Estes, os que de fato creem, acreditam que a Sua vinda é
iminente e poderá acontecer a qualquer momento. Vivem pela fé!
Ao ensejo, não é demasiado lembrá-lo, caro
leitor, para não se deixar iludir. Há mensageiros em nossos dias que estão a ensinar
o engano, como a de que haverá uma segunda chance. Repito, não haverá uma
segunda oportunidade. O dia da salvação é hoje, agora! (2 Coríntios 6:2). Após
o arrebatamento da Igreja de Deus, findar-se-á a dispensação da Graça. Os
judeus entrarão em cena a pregar o Evangelho, o do Reino, ao reconhecerem que
Jesus é o Messias prometido. Decida-se já, pois o tempo do fim está a chegar! Permita
Deus que assim seja! |