A MAIS IMPORTANTE DECISÃO
José Carlos Jacintho de Campos - 31/7/2018
Prezado leitor, antes de escrever
esta crônica sentia-me incomodado com a escalada dos infortúnios que se acentuam
em nosso entorno. Estive a meditar sobre as coisas que estão a ocorrer tão assiduamente
nos dias atuais tendo em vista a violência, fatalidades, tragédias e
irresponsabilidades que rodeiam os noticiários em todos os rincões desde mundo,
sem as pessoas darem conta que toda essa desdita foi motivada por algo que elas
fazem uma força danada para não aceitar – A tragédia do pecado!
Sei que é um assunto que as
pessoas não gostam de compartilhar e é provável que agora, neste exato momento,
tenha passado por sua mente uma indagação: “Lá vem ele, também, com essa
estória já gasta. Sobre isso já sei de tudo, talvez o leia posteriormente”. Não
faça isso! Eu não estou a questioná-lo em nada, apenas convidando-o a compartir
comigo de algo que está a me incomodar sobremodo e que as pessoas não gostam de
ouvir ou ler a respeito, todavia estamos diante de uma coisa verdadeira e
necessária como o ar que respiramos.
Não adianta refutarmos a ideia da
existência do pecado porque ele faz parte do nosso dia a dia. Basta olharmos
para os nossos atos. Basta olharmos para as coisas que nos cercam. E constataremos
que o pecado é uma brutal realidade. Ninguém pode dizer que não o comete, ainda
que se identifique como cristão, pois está claramente explicitado nas Sagradas
Escrituras que “se dissermos que não
temos cometido pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em
nós... Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemos a Deus de mentiroso
e a sua palavra não está em nós” (1 João 1:8 e 10). Portanto, ao pensar
assim já estaremos a pecar por insinuar que Deus estaria a mentir.
Mas, ainda assim, se você, caro
leitor, acha que é uma expressão já muito batida e não tem a sua apreciação,
vamos mudá-la então para “desvio”. Que tal? Simples, não é mesmo? Ninguém que
tenha o mínimo de discernimento das coisas poderá alegar que jamais tenha
cometido qualquer “desvio” de conduta física ou psicológica. As pessoas convivem
com esse “erro” com a maior naturalidade, sem darem conta que do ponto de vista
espiritual essa é a pior das decisões, pois lhe será fatal tendo em vista que
Deus é absolutamente santo, não tolera o pecado, coisa esta que faz separação
entre nós e Ele, mas Ele ama o pecador e deseja que ele alcance o conhecimento
da Verdade. Mas estamos combinados! Quando eu escrever “pecado” leia “desvio”
ou “erro”, fica ao seu critério.
É muito provável que agora você
esteja a pensar: “Pera lá, tenho discernimento dessas coisas! Sou cristão desde
o nascimento, minha família é cristã”; ou então, “desde criança frequentei uma
igreja cristã e quando fui convidado a aceitar a Cristo, o fiz de pronto”; ou
ainda, “quando participei de um show gospel fui tocado profundamente, cheguei
às lágrimas, e recebi a Cristo etc. Portanto, acredito que esteja salvo quando
partir desta para outra”.
Permita-me, então, caro leitor,
três observações:
(1) A nossa Redenção perante
Deus, não é hereditária, ela é fruto de uma decisão individual. Só nossa!
Intransferível.
(2) A nossa Redenção perante
Deus, não se dá pelo fato de sermos membros de uma igreja ou organização
religiosa. Elas não têm o poder de salvação. Somente Ele o tem.
(3) A nossa Redenção perante
Deus, não é emocional, ainda que você chegue aos prantos. Isso acontece por
efeito psicológico que qualquer música poderá lhe causar. Saiba fazer a
distinção entre o emocional e o espiritual.
Esteja absolutamente certo que só
há uma única forma de alcançarmos a nossa Redenção perante Deus – através do
Senhor Jesus Cristo. Isso está claramente expresso nas Escrituras: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João
14:6).
E é aí, caro leitor, que a coisa
emperra. Observa-se em nossos dias um contingente enorme de pessoas que se dizem
cristãs, mas jamais se arrependeram de seus pecados, pior, sequer ouviram dessa
necessidade. Ouve-se muito em nossos dias: “Você acredita em Jesus? Sim. Então
você está salvo?” Isso é mágica! Sem fé, sem crer no Evangelho e, portanto, não
crer no pecado e na necessidade de arrependimento, é impossível, repito, é
impossível, a nossa reconciliação com Deus. Sem arrependimento não há Salvação!
Qual foi a primeira mensagem que
foi ouvida do Evangelho? João Batista, a voz vinda do deserto, surgiu aos
inícios da missão do Senhor Jesus que após três anos O levaria ao calvário,
pregando o “arrependimento para remissão dos pecados” (Marcos 1:4). Muitíssimos
foram batizados por João no rio Jordão, “confessando
os seus pecados” (Marcos 1:5). Em seguida, tão logo João ter sido degolado
a mando de Herodes, veio o Senhor Jesus para a Galileia pregando o Evangelho de
Deus e dizendo: “O tempo está cumprido, e
é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos
e crede no evangelho” (Marcos 1:14-15). Portanto, sem medo de errar, afirmo a você, caro leitor, que o
pecado é a maior tragédia deste mundo.
Para constatação dessa realidade,
convido-o para que faça uma profunda meditação do relato contido em Gênesis
3:1-24 – por favor, não deixe de ler – porque esse entendimento é fundamental
para uma completa compreensão de como se iniciou esse terrível “desvio” que
trouxe trágicas consequências para toda a humanidade. A conclusão que você
chegará, prezado leitor, é que a existência do pecado no mundo foi motivada
pela soberba do homem em querer ser igual a Deus.
Como lemos no texto sugerido, o
pecado aqui entrou não pela vontade de Deus, mas pela infeliz escolha do homem que
provocou três graves consequências a todos nós:
1) O ser humano perdeu o conhecimento de Deus – A primeira mulher
pensou que Deus fosse incapaz de castigar, por isso pecou! Quantos neste mundo
que desprezam a Deus pensam assim, que Deus não irá castigar o pecador,
mandando-o para inferno, por ser misericordioso? Ou então, quantos acham que
podem ser resgatados com promessas, peregrinações, sacrifícios corporais, ou
através de ofertas em dinheiro, como que o amor de Deus fosse algo vulgar que
seria possível comprá-lo mediante preço ou obra.
2) O ser humano perdeu a comunhão com Deus – é impressionante como
o pecador não se sente bem na presença de Deus. Como vimos na narrativa de
Gênesis 3, Deus procurou o homem que tinha criado e que acabara de pecar contra
Ele, mas as coisas espirituais já não o atraiam mais, o seu espírito foi
mortalmente ferido pelo pecado e por conta disso ele estava fora de sintonia
com Deus. Quando Deus o procurou ele se escondeu como se fosse um bicho. Cheio
de medo. O medo foi o primeiro sentimento do homem após ter pecado. Assim como
Adão se escondeu de Deus, em nossos dias as pessoas continuam se escondendo d’Ele
atrás dos seus afazeres; das suas obras caritativas; dos seus divertimentos;
dos seus supostos méritos; dos seus ritos religiosos etc. Isto é uma grande
tolice. é impossível as pessoas se esconderem de Deus. Irão dar conta a Ele,
pois todas as coisas estão descobertas perante os Seus olhos (Lucas 12:2;
Hebreus 4:13).
3) O ser humano perdeu o conhecimento de si próprio – Isso o tornou inconsequente! Em nenhum
momento do trecho lido o homem reconheceu a sua culpa. Não demonstrou tristeza.
Não sentiu a sua desgraça pela perda da comunhão com Deus. Não se considerou um
pecador, ao contrário, colocou a culpa em Deus pelo fato da mulher que Ele lhe
havia dado como companheira o teria feito pecar (Gênesis 3:12). Em nossos dias
seria diferente? Quantas vezes não procuramos transferir a nossa culpa para
outra pessoa? Com muita sinceridade, prezado leitor, você sabe que comete
pecado. Mesmo que você o mantenha no mais rigoroso sigilo, duas pessoas sabem o
que você faz no seu dia a dia: Você mesmo e Deus. Isso faz o afastamento entre
você e Ele.
Gostaria de me alongar, pois esse
tema me fascina, mas por limitação de espaço (e da sua paciência) vou
finalizar. Essas três consequências poderão ser superadas à medida que você,
com absoluta lidimidade, reconheça que é um pecador; que confesse com total
sinceridade essa sua constatação; e com extremada fé acredite que Deus prova o
Seu amor para conosco pelo fato do Senhor Jesus ter morrido por nós quando
ainda éramos pecadores (Romanos 5:8). Esta foi a forma estabelecida por Deus
para a nossa remissão. Não existe outra!
Esteja absolutamente convicto, estimado
leitor, que se ainda não o fez, ou não tenha plena certeza da sua salvação, esta
será a mais importante decisão de sua vida. Não sou eu que irei convencê-lo,
mas o Espírito Santo que testifica com o nosso espírito que verdadeiramente
somos filhos de Deus (Romanos 8:16). Permita Deus que assim seja!
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